terça-feira, 30 de agosto de 2011

Shot of love


Parece que fui tocada por um bocadinho de inspiração e, por isso, vou tentar explorar a pouca que apareceu.
Hoje em dia todos nos deparamos com frases e citações diárias sobre o amor: o que é, o que não é, como se busca, como se foge... Bom, para fugir dele não é precisa uma grande técnica: basta ignorá-lo! Como se procura, isso já é pessoal. Cada um sabe de si!
Mas o que quero aqui debater hoje tem que ver com a aceitação do amor e, por isto, entende-se o momento em que se percebe que este paira no ar, o momento em que deixamos de estar em negação. Mas não só... Hoje alguém me disse que para se amar alguém é necessário estar disposto a viver com as imperfeições dessa pessoa. Eu subscrevo totalmente. Óbvio é que essas imperfeições ou defeitos (como lhe queiram chamar) terão de ser humanamente aceitáveis. Penso que ninguém é suficientemente masoquista ao ponto de se apaixonar por um sádico! 
O problema desta questão é que, muitas das vezes, essas imperfeições só existem aos nossos olhos. Podem ser defeitos psicológicos ou físicos, não interessa... Fazem-nos impressão! Vou ainda mais longe: o problema real é vivermos de uma ilusão. Procuramos uma pessoa que, pura e simplesmente, não existe... Podemos até acreditar que o melhor para nós é um homem alto, musculado e de olhos verdes. Podemos até pensar que o melhor para nós é um homem bastante extrovertido e muito inteligente... Pois podemos! A nossa imaginação não tem limites e, por vezes, não sabe onde parar. Todavia, a realidade é muito mais caricata e irónica, e troca-nos as voltas sem termos essa noção. É como se quisessemos comprar um top preto e percorressemos todas as lojas da cidade em busca de um top preto, ignorando por completo as calças que precisamos, a camisola que queremos há anos, aquele lenço perfeitinho que combina com o casaco que nunca vestimos. Só olhamos em frente e nem olhamos para o nosso lado. 
Bom, já fui mais longe do que queria e já me desviei do ponto de análise. 
Tal como referiu Henri de Montherland, nós "gostamos de alguém porque; amamos alguém apesar de". Sábias palavras! Pode até parecer um cliché, mas pensem lá se não é verdade... É fácil gostar de alguém, por ser assim ou assado, por se identificar connosco de uma ou de outra maneira. Mas amar alguém... ah, amar implica algo mais. Implica já algum sacrificio: aprender a viver com aquilo que não gostamos em alguém... Não é fácil! Ninguém disse que era! Mas amor é quando as diferenças não são capazes de separar as pessoas. 
É escusado dizer que isto se aplica a qualquer tipo de relacionamento, de qualquer natureza. Basta existir duas pessoas para haver divergências e maneiras diferentes de pensar ou de estar. Não obstante, nada disto impede que exista amor. Basta que ele surja e aí já não há nada a fazer!

" Love is patient, love is kind. It does not envy, it does not boast, it is not proud. It does not dishonor others, it is not self-seeking, it is not easily angered, it keeps no record of wrongs. Love does not delight in evil but rejoices with the truth. It always protects, always trusts, always hopes, always perseveres." I Corinthians 13

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